Santiago, outubro de 2024 – Um convite à reflexão, cooperação e trabalho conjunto. Essa foi a mensagem comum transmitida durante o início do encontro da Aliança Regional para a América Latina e o Caribe (ICOM LAC), que foi inaugurado na segunda-feira, 21 de outubro, no salão de honra da Casa Central da Universidade do Chile.
O encontro reuniu 18 representantes dos diversos comitês nacionais da ICOM LAC com o objetivo de melhorar a integração regional, fomentar a sustentabilidade, estimular a inovação e promover a adoção de práticas inovadoras, buscando definir uma agenda comum para a museologia do subcontinente.
Assim, durante quatro dias, na Casa Central da Universidade do Chile e no Centro Cultural La Moneda, os participantes se reuniram em torno de temas como administração, governança e sustentabilidade, para discutir, dialogar, refletir e tirar conclusões em conjunto.
“Na ICOM LAC, acreditamos que este é o momento de criar e definir uma linha de ação comum para o futuro. Um guia que represente os 19 países que fazem parte, por meio de uma metodologia de trabalho presencial. Que aborde diversos temas importantes da museologia para a região, levando em consideração os contextos e territórios diferentes”, destacou Beatriz Espinoza, presidente da ICOM LAC.
Por sua vez, a ministra das Culturas, Artes e Patrimônio, Carolina Arredondo, destacou a oportunidade de realizar “reflexões para as comunidades, os museus e para aqueles que trabalham neles, porque os museus são compostos por pessoas”, além da oportunidade dos museus de “fortalecer sua articulação internacional como agentes ativos de mudança em nossa sociedade”.
Durante a cerimônia de inauguração, também foi assinado um memorando de entendimento entre a ICOM LAC e o CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina -, que implica um compromisso de cooperação mútua futura. Nesse sentido, Alejandra Claros, secretária-geral do CAF, destacou que “essa relação com o ICOM nasceu em abril deste ano e já em outubro realizamos nosso primeiro evento porque não queremos apenas fazer discursos, queremos realizar ações”.
Após a cerimônia de inauguração, os representantes de cada comitê nacional se reuniram em fóruns que abordaram temas sobre a administração dos comitês, formação, colaboração e propostas de projetos regionais.
Esta é a primeira vez que a ICOM LAC organiza um evento dessa magnitude. E a presidente do ICOM, Emma Nardi, manifestou seu desejo de que seja o primeiro de muitos. “Somos tantos, com tantas culturas e línguas diferentes, mas cada um tem seu patrimônio, tem muito a compartilhar, e eu gostaria que o Re-conexiones acontecesse não só em um continente, mas em todos”, afirmou.
Participação brasileira
Para o presidente do ICOM Brasil, Diego Bevilaqua, caminhou no sentido certo para obter um plano de trabalho em comum para os Comitês Nacionais da América Latina e do Caribe. Os eixos de governança e sustentabilidade social foram os grandes destaques dos debates:
“É necessário mais compromisso social das instituições, trazendo a questão da inclusão ética e da transparência para a gestão”, detalha Bevilaqua. Já no ponto de discussão sobre sustentabilidade, o entendimento em comum girou em torno dos museus como espaços de encontro e diálogo, havendo a necessidade de pensar uma gestão com enfoque na participação comunitária.
“Ficou definido que vamos trabalhar um plano de ação para o ICOM LAC e um documento político para a Conferência Geral do ICOM em Dubai, em 2025, que vai se estruturar nos seguintes eixos: Governança, Participação Comunitária, Sustentabilidade e Integração Regional, bem como Formação. Cada eixo tem um grupo de trabalho e linhas de ação específicas que estão sendo desenhadas”, informa.
(ICOM LAC com informações do ICOM Brasil / Crédito da foto: Maite Grado – cortesia de ICOM LAC)
