Museus e o
Futuro do brasil

Profissionais de museus brasileiros convidam as candidatas e os candidatos às Eleições 2022 a conhecer e incorporar propostas do setor nos seus planos de governo. Os museus promovem a memória, a cultura, a educação e a ciência. Oferecem qualidade de vida às comunidades onde estão inseridos: são lugares de encontro e diálogos, e têm a importante missão de proteger o patrimônio cultural, material e imaterial. Os nossos museus têm abrangência nacional, impacto social e econômico significativo e podem ajudar na construção do futuro do Brasil.

Números do setor

CARTA AOS
CANDIDATOS

ELEIÇÕES 2022
Museu da Língua Portuguesa - SP
Museu do Marajó - PA
Museu do Futebol - SP

O Brasil é reconhecido mundialmente pela sua diversidade cultural, natural, criativa e social e os museus brasileiros são guardiões desses repertórios. Nesse contexto, os museus funcionam como ecossistemas de referência, promovendo uma cidadania ativa e consciente, motivada pela capacidade do setor em preservar, mas também em inovar e apontar novos futuros, mais justos solidários e sustentáveis. No intuito de abrir o diálogo e garantir as condições para que os museus cumpram sua função social, a comunidade museal brasileira convida candidatas e candidatos à Presidência da República, Governo dos estados, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas, a conhecer as necessidades, agendas e, igualmente, as soluções que vêm sendo amplamente debatidas na área da cultura e dos museus.

Esta carta é um chamado do Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus (ICOM Brasil) que, desde sua fundação em 1948, tem sido a voz dos profissionais e da comunidade museal brasileira, contribuindo com a elaboração e implementação de políticas públicas, ações intersetoriais e ativação de redes profissionais nacionais e internacionais. Em todo o mundo, o Conselho Internacional de Museus (ICOM) reúne mais de 44.000 membros de 138 países – sendo a comunidade brasileira uma das mais ativas.

Amplamente reconhecidos como instituições com relevante papel social no mundo, os museus agregam valores essenciais às comunidades onde estão inseridos. São semeadores de memórias e identidades, gestores dos patrimônios históricos, científicos, artísticos, culturais e sociais. Atuam como agentes educacionais, ancoram o desenvolvimento do turismo e da economia criativa local e global. Os museus conectam pessoas, mediam diálogos, estruturam redes e ajudam a compreender as transformações necessárias para lidar com as temáticas urgentes do mundo contemporâneo. Os museus convidam a sociedade a pensar, a propor e a criar novos futuros.

O Brasil, hoje, conta com mais de 3,8 mil museus distribuídos nas 27 unidades da federação. A despeito de sua importância e valor, as instituições e as políticas públicas voltadas a elas têm sido objeto desmonte, resultando na falta de diálogo, ausência de recursos, silenciamento das instituições e de seus profissionais, desarticulação dos colegiados, entre outros.

O desmonte fragiliza um ecossistema institucional estruturado e composto por órgãos e programas governamentais, intergovernamentais como o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Representação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (Unesco no Brasil), e o Programa de Cooperação para os museus da Ibero-América (Ibermuseus), e políticas setoriais estabelecidas de modo participativo como a Política Nacional de Museus, a Política Nacional de Educação Museal, a Política Nacional Setorial de Museus e o Sistema Nacional de Museus.

É necessário estancar o desmonte, abrir o diálogo, garantir as condições para que os museus cumpram sua função social e continuem sendo relevantes prestadores de serviço às comunidades. É imperativo garantir a sua existência, renovação e sustentabilidade para que gerem impactos positivos na sociedade e, junto com esta, inspirar e cocriar novos futuros sustentáveis, em consonância com a Agenda 2030.

Em face de toda essa compreensão e preocupações, o ICOM Brasil apresenta, de modo público, o anseio da comunidade museológica: (re)construir diálogos, energias e projetos capazes de (re)colocar o lugar estratégico que os museus ocupam na cultura, na sociedade e na democracia.

É fundamental que se cumpra o direito universal à memória, à identidade, à diferença e à cultura como princípios inegociáveis do exercício de uma cidadania plena. A diversidade cultural é o maior patrimônio brasileiro e os museus funcionam como referências, promovendo uma cidadania ativa e consciente, motivada pelas sustentabilidades social, cultural, econômica e ambiental. Os museus são elos entre o passado, o presente e o futuro. Conectam a sociedade pelo bem comum.

O Brasil precisa de museus: pequenos e grandes, novos e antigos, comunitários e indígenas, de artes e de ciência, universitários e digitais, da diversidade e do patrimônio cultural. Também, necessita de políticas públicas democráticas, que enfrentem a desigualdade social, combatam o racismo, decolonizem as instituições, enfrentem questões socioambientais e contribuam para o fortalecimento da cidadania cultural brasileira.

Por tudo isso, o ICOM Brasil convida candidatas e candidatos para os cargos executivos e legislativos nas esferas nacional e estadual a conhecerem as necessidades, agendas e, igualmente, soluções que vêm sendo amplamente debatidas na área da cultura e dos museus.

É preciso recriar o Ministério da Cultura, fortalecer o Ibram, o Iphan e as instâncias estaduais e municipais dedicadas aos museus.

É preciso retomar e avançar no desenvolvimento das políticas nacionais e setoriais de museus, reconhecendo e valorizando suas práticas, investindo fortemente na capacidade do setor em inovar e apontar novos futuros, mais justos, solidários e sustentáveis.

A sociedade brasileira precisa reconectar-se com seus valores e voltar a acreditar na cultura como o elo fundamental na construção de uma imaginação cidadã, transformadora e plena de esperanças. Para isso, é fundamental promover um amplo debate, conjugar forças e assumir compromissos em prol da cultura e da democracia.

Baixe a carta em PDF

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SOBRE

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O ICOM é o Conselho Internacional de Museus, entidade criada em 1946 e que hoje reúne mais de 40.000 profissionais em 141 países.

O ICOM Brasil é um dos Comitês Nacionais mais atuantes no mundo, funcionando como um centro promotor de debates e conexões da comunidade brasileira em torno de temas como a preservação do patrimônio, o impacto social dos museus, a valorização e capacitação de seus profissionais, a disseminação de ideais de inclusão e diversidade pelas instituições.

O ICOM Brasil realiza pesquisas e se articula com o poder público para que as instituições museológicas brasileiras mantenham uma atuação relevante para a promoção do desenvolvimento social e econômico para a população brasileira.

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