No próximo dia 8 de dezembro (sexta-feira), o Curso de Museologia e o Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da UFRGS realizarão um encontro para abordar práticas museológicas antirracistas. O evento, “Nova definição de museu e antirracismo”, será oferecido pelo Conselho Internacional de Museus do Brasil (ICOM Brasil) e ocorrerá no Centro Cultural da UFRGS.
O encontro integra um esforço nacional do ICOM Brasil de realizar debates em todo o país ao longo de 2023 para promover reflexões em torno de palavras-chave da nova definição de museu, aprovada no fim de 2022. Na época, o comitê realizou ampla consulta a profissionais brasileiros, o que resultou em uma expressiva participação. A partir disso, foram selecionados os termos propostos pelo setor museológico nacional para a nova definição. No Sul, foi selecionado o termo antirracismo, por ser considerado um grande desafio a ser enfrentado pelos museus e pela sociedade.
“São inúmeros os atos racistas revoltantes no Sul, a exemplo do assassinato do prestador de serviços João Alberto Freitas, um homem negro de 40 anos, em um supermercado da capital gaúcha no ano de 2020”, afirma Zita Possamai, membro do ICOM Brasil e pesquisadora do programa de pós-graduação em Museologia e Patrimônio da UFRGS. “Nos museus, a presença negra e indígena tem sido pautada ainda timidamente nos últimos anos. Debater o papel dos museus na luta contra o antirracismo é fundamental para avançar na construção de uma sociedade democrática e plural”, complementa.
Os palestrantes convidados irão apresentar seus modos de perceber o mundo e de enfrentar os desafios socioculturais, compartilhando práticas museológicas oriundas de suas experiências e necessidades. Também serão discutidos estudos que mapeiam como os museus têm tratado a pauta racial nos museus sulistas. O encontro começa às 14h e tem entrada gratuita. Não é necessário fazer inscrição, basta chegar! Haverá transmissão ao vivo pelo canal do PPGMUSPA. Conheça a programação:
EVENTO: Nova definição de museu e antirracismo
Horário: 14h
Local: Sala Araucária – Centro Cultural da UFRGS, no Campus Centro, em Porto Alegre
PROGRAMAÇÃO
Palestrantes:
Cacique Santiago Franco – Tekoá Ivy Poty, Barra do Ribeiro (Rio Grande do Sul)
Cacique da Tekoa Yvi Poty e ativista pela retomada dos territórios indígenas. A aldeia está localizada em Barra do Ribeiro, no sul do Brasil, e é pertencente aos povos Mbyá-guaranis.
Rafa Rafuagi – Museu da Cultura Hip-Hop RS
Rafuagi é MC (mestre de cerimônias) do grupo de rap brasileiro Rafuagi. É fundador do Museu da Cultura Hip-Hop de Porto Alegre. Já recebeu mais de 250 prêmios na carreira, como a Medalha Zumbi dos Palmares em 2017. É fundador e atual coordenador de Autogestão e Sustentabilidade da Associação da Cultura Hip Hop de Esteio, gestora do projeto da Casa da Cultura Hip Hop de Esteio, que atende 4 mil jovens anualmente.
Matheus Cruz – Museu Afro-Brasil-Sul/UFPEL
Bacharel em museologia pela UFPel, é mestre em memória social e Patrimônio Cultural pela mesma instituição. É doutorando em sociologia pela UFRGS, onde desenvolve pesquisa sobre o papel da extensão universitária nos museus.
Thainá Castro – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Graduada em museologia pela Unirio e doutora em história pela UFJF. Atualmente, é docente do curso de graduação em museologia da UFSC. Pesquisa expografia e curadorias negras, além de coordenar projetos de extensão voltados à promoção de direitos e diminuição de desigualdades em museus brasileiros a partir da perspectiva étnico-racial.
Mediação – Zita Possamai – UFRGS e ICOM Brasil
Doutora em História, é docente dos programas de pós-graduação em Museologia e Patrimônio da UFRGS e de Educação da mesma instituição; é também pesquisadora do CNPq. É membro fundadora do Grupo de Estudos em Memória, Patrimônio e Museus (GEMMUS/CNPq).