Proposta do setor museal, representado por redes, organizações, fóruns, lideranças e profissionais aqui abaixo assinados, para apresentação ao Ministério da Cultura de uma nominata com sugestões para ocupação do cargo de presidência do Instituto Brasileiro de Museus.
Reunidos no dia 15 de dezembro de 2022, por meio de reunião virtual, profissionais, lideranças e estudantes do setor museal encaminharam a construção coletiva e colaborativa, de uma Plataforma Unificada para o Setor Museal Brasileiro. Na reunião foi também proposta, pelos movimentos abaixo assinados, a construção de uma Nominata para indicação de profissionais para o cargo de presidência do Instituto Brasileiro de Museus, a partir de critérios consensuados.
Esta Nominata foi consolidada por meio de uma Comissão voluntária definida na reunião do 15 de dezembro com representantes dos seguintes coletivos: Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus – ICOM Brasil, Rede de Educadores em Museus do Brasil – REM Brasil, Fórum de Museus de Base Comunitária e Práticas Socioculturais da Amazônia, Grupo por uma museologia diversa, plural e democrática, Servidores do Ibram e Coletivo MUQUIFU- Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos.
A Comissão, portanto, endossou os critérios coletivamente construídos na Plataforma Unificada, que configuram as características a serem observadas para possíveis indicados que venham a assumir a presidência do Ibram. Considerou-se o atual contexto de desmonte do Instituto, a recente ameaça de sua extinção e as necessidades de articulação com o campo, com o Poder Executivo, com os parlamentares e com a sociedade, que serão de fundamental importância para a retomada das políticas públicas do setor e para a reconstrução do Ministério da Cultura. Os critérios elencados na Plataforma Unificada são os seguintes:
a) Experiência na Gestão de Instituições Museológicas;
b) Reconhecida capacidade de articulação do setor museal, em toda a sua diversidade e contextos regionais;
c) Capacidade de promover articulações intersetoriais e intergovernamentais, considerando que a rede nacional de museus congrega diferentes pastas do Governo Federal, Estadual e Municipal, para além do setor da Cultura;
d) Tenha reconhecida atuação local e nacional.
A partir desses critérios e da consulta prévia e anuência dos indicados, a Comissão apresenta, em ordem alfabética, Nominata composta por profissionais que possuem competência técnica e política para assumir o cargo de presidência do Ibram, refletindo a diversidade do setor museal brasileiro e que foram indicados pelos movimentos e
organizações abaixo assinados.
1. Cícero Antônio Fonseca de Almeida
2. Diego Vaz Bevilacqua
3. Fernanda Santana Rabello de Castro
4. Lúcia das Graças Santana da Silva
5. Mauro Luiz da Silva
6. Noris Mara Pacheco Martins Leal
7. Zita Rosane Possamai
Apresentação dos indicados:
Cícero Antônio Fonseca de Almeida, museólogo pela UNIRIO, Mestre em Memória Social pela UNIRIO, e Doutor em História, Política e Bens Culturais pela Fundação Getúlio Vargas. Professor Adjunto do Departamento de Estudos e Processos Museológicos da UNIRIO, onde começou suas atividades docentes em 1991, e Professor do MBA em Gestão de Museus da Associação Brasileira de Gestão Cultural/UCAM/MAR. Em 1990 foi eleito Presidente do Conselho Regional de Museologia da 2ª Região, que congrega museólogos dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. No mesmo ano entrou para o Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural (IBPC). No IPHAN a partir de 1994 criou e coordenou a Coordenadoria de Integração das Ações Museológicas. Em 2003 participou do grupo de implantação da Política Nacional de Museus. Foi responsável pela criação do Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN (DEMU), embrião do futuro Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que seria criado em 2009. Em 2009, com a criação do Ibram, foi o seu primeiro Coordenador de Patrimônio Museológico, responsável por implantar programas de trabalho ainda hoje vigentes, como o Cadastro de Bens Musealizados Desaparecidos (2010) e o Programa de Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado Brasileiro (2013). Foi responsável pelo curso sobre a história dos museus e da Museologia no Brasil no Doutorado da Escola do Louvre (Paris), como parte das ações de cooperação técnica internacional do Ibram com a França. Sua tese de doutorado investigou o funcionamento da modalidade de incentivos a projetos culturais (Mecenato), que integra o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), instituído pela chamada Lei Rouanet (8.313/91), com atenção nos patrocínios destinados à criação e à manutenção de museus. Contato: ciceroalmeida@yahoo.com.br
Diego Vaz Bevilaqua, vice-diretor de Patrimônio Cultural e Divulgação Científica da Casa de Oswaldo Cruz, é servidor público da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde atua no campo da museologia, patrimônio e divulgação científica desde 2008. Na Fiocruz, atuou ainda como mediador e educador museal, foi chefe do Museu da Vida de 2013 a 2017 e coordenador do museu itinerante Ciência Móvel de 2012 a 2013. É docente do Programa de Pós-graduação em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde. Foi coordenador do Curso de Especialização em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde de 2014 a 2017. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi professor visitante. Foi curador da exposição “Elementar: a química que faz o mundo”, premiada em duas categorias no Interaction Design Awards 2012. Participou da concepção da exposição “Pelos Caminhos do SUS”, da exposição de longa duração sobre o Complexo de Incineração de Lixo em Manguinhos e coordenou a concepção e produção da nova exposição de longa duração do Museu da Vida “Vida e Saúde: Relações (In)visíveis”. É editor científico da revista Ciência Hoje, faz parte da diretoria da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC), do conselho diretor da Rede de Popularização da Ciência da América Latina e Caribe (RedPOP), do conselho executivo do Comitê Internacional para Museus e Coleções de Ciência e Tecnologia (CIMUSET) do Conselho Internacional de Museus (ICOM) e do conselho de administração do ICOM Brasil. Possui Bacharelado e Doutorado em Física pela UFRJ e pós-doutorado pela Harvard University. Contato: dbevilaqua@gmail.com
Fernanda Santana Rabello de Castro possui graduação em História (UFRJ, 2005), especialização em Ensino de História e Cultura da África e do Negro no Brasil (UCAM, 2007), mestrado em Educação (UFRJ, 2013) e doutorado em Educação (UFF, 2018), com doutorado sanduíche (PDSE/CAPES) na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em Portugal (2017). Atualmente é mestranda no Programa de Pós Graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2021). Foi educadora no Museu da Chácara do Céu – IBRAM/RJ (2010-2019) e atua no Museu Histórico Nacional (desde 2018). Coordenou o GT de Redes e Parcerias e integrou a equipe do Programa Nacional de Educação Museal do Instituto Brasileiro de Museus (2012-2018), que desenvolveu com metodologia participativa a Política Nacional de Educação Museal. Coordenou o Curso de Especialização em Educação Museal, parceria feita entre os Museus Castro Maya, o Museu da República e o Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro/ FAETEC (2014-2016). Entre 2019 e 2021 representou os servidores do Instituto Brasileiro de Museus nas reuniões da Diretoria Colegiada desse órgão. Lidera o grupo de Pesquisa “Educação Museal: conceitos, história e políticas”, do diretório do Ibram no CNPq. É professora no Programa de Mestrado Profissional em Ensino de História da UNIRIO. Integrou o Comitê Gestor da Rede de Educadores em Museus e Centros Culturais do Rio de Janeiro (2014-2019) e o Comitê Gestor da Rede de Educadores em Museus do Brasil (2019-2022). Integra a Coordenação do Comitê para Ação Educativa e Cultural (CECA BR) do Conselho Internacional de Museus no Brasil (2022-). Atuou como Chefe da Divisão Técnica do Museu Histórico Nacional (fevereiro-julho 2022). Atualmente ocupa cargo comissionado de Diretora Substituta do Museu Histórico Nacional. Organizou livros e publicou diversos artigos e capítulos de livros nas áreas da museologia e educação. Contato: fernandasantanacastro@gmail.com
Lúcia das Graças Santana da Silva nasceu na cidade de Belém do Pará, ao Norte do Brasil, trabalha no Museu Paraense Emílio Goeldi desde 1996 na coordenação de Museologia com várias experiências no campo da Museologia Social, principalmente com povos e comunidades tradicionais. Tem formação em Letras, com Especialização e Mestrado em Teoria Literária e Doutorado em Museologia pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias/Lisboa-Portugal. Lúcia Santana tem colaborado no campo museal nacional/local onde fundou a Rede de Educadores de Museus do Pará no ano de 2014, juntamente com alguns profissionais da área de Museologia e Educação. Atua como membro do comitê da Rede de Museologia do Brasil, contribuindo com a disseminação da Política Nacional de Educação Museal. Lúcia Santana fundou também de forma integrada com representantes de museus, ecomuseus e pontos de memórias do Pará, o Fórum de Museus de Base Comunitária da Amazônia no ano de 2018, e tem atuado fortemente no campo museal estadual/municipal, fortalecendo principalmente a implementação de políticas públicas que favoreçam os museus. Fez parte do Conselho Emergencial de Cultura no Estado do Pará (2020) no segmento Museus da Lei Aldir Blanc/SECULT-Pa. Participa como suplente do Conselho da Cidade do Programa de Participação do Tá Selado da Prefeitura de Belém na Modalidade Museus e Arquivos desde 2021. Lúcia Santana já foi gestora do Serviço de Educação do MPEG no período de 2014 a 2018, atua na Diretoria da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências desde 2019, com vários projetos de popularização científica como Ver Ciência e Circo da Ciência. No campo da Educação, tem atuado como professora de História da Cultura, Educação Ambiental, de narrativas orais da Amazônia em cursos de Turismo e de Contadores de Histórias de Universidades particulares do Estado do Pará, bem como vem se dedicando à formação de professores, gestores e profissionais da cultura no campo da Museologia Social e Educação Museal para diferentes municípios do Pará. Lúcia Santana tem participado ativamente de conferências, seminários de cunho nacional e internacional e escrito diversos artigos no campo da Museologia. Contato:
luciagracass@gmail.com
Mauro Luiz da Silva, Doutor e Mestre em Ciências Sociais; tem especialização em Psicopedagogia; é graduado em Teologia e Filosofia pela PUC Minas; tem graduação em História e Tutela do Patrimônio Cultural, pela Universidade de Pádua/Itália. Atualmente é curador do MUQUIFU – Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos; é coordenador o Projeto de Pesquisa e Centro de Documentação NegriCidade, que busca resgatar os Afro-patrimônios da capital mineira; é Sacerdote católico e exerce a função de Pároco da Paróquia Jesus Missionário, bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte/MG. Tem experiência em Artes Plásticas, Música e Museologia Social. Atua no projeto “Interrogando à educação das relações étnico-raciais no Brasil: experiências com Améfrica Ladina”, vinculado à Iniciativa para a erradicação do racismo na Educação Superior da Cátedra UNESCO – Educação Superior: Povos Indígenas e Afrodescendentes na América Latina; Em novembro de 2020 recebeu o Prêmio Zumbi de Cultura da Cia Baobá Minas, na Categoria Religiosidade; É docente no curso de pós-graduação Lato Sensu em Educação Patrimonial do Instituto de Pesquisa Pretos Novos – IPN, em parceria com a Faculdade Tecnológica de Curitiba – FATECPR; Membro eleito do Comitê Estadual de Respeito à Diversidade Religiosa da Secretaria Estadual de Desenvolvimento de Minas Gerais – SEDESE. Contato: padremauro@hotmail.com
Noris Mara Pacheco Martins Leal possui graduação em História pela UFRGS (1991), especialização em museologia pela UFRGS ( 2003), mestrado em História pela UFGRS (2007), curso de Aperfeiçoamento em museologia na Universidade Lusófona de Humanidades – Lisboa (2008) e Doutorado em Memória Social e Patrimônio Cultural UFPel (2019) Começou a trabalhar com acervos em 1992, no Centro de Documentação e Pesquisa da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, onde atuou como Historiógrafa. Em 2004, foi diretora do Museu Militar do Comando Militar do Sul, até janeiro de 2009, professora do Bacharelado em Museologia da UFPel de 2009 até hoje. Assim como organizou o I Encontro de Museus Militares Brasileiros em parceria com o Sistema Estadual de Museus do RS e o Departamento de Museus – DEMU. Como professora do Bacharelado em Museologia da UFPel, coordenou o curso por três anos. Em 2022 foi nomeada vice-diretora do Museu Diários do Isolamento. Na gestão da Universidade ocupou o cargo de chefe da Seção de Acervos e Museus da Pró-reitoria de Extensão e Cultura, foi Coordenadora da Coordenadoria de Patrimônio Cultural da Pró-reitoria de Extensão e Cultura, coordenadora do Fórum Social da UFPel e Organizadora e primeira coordenadora da Rede de Museus da UFPel. Foi coordenadora da Comissão de criação e de implantação do Museu do Doce da UFPel e sua primeira diretora. Foi coordenadora da 1ª Região Museológica do SEM/RS, da 7ª Região por mais duas. Participou na construção do Plano Nacional Setorial de Museus, em 2010. Hoje integra o Colegiado Setorial de Museus do RS, onde participou ativamente da construção do Plano Setorial de Museus do RS aprovado em 2022. Faz parte da Comissão Executiva do Sistema Municipal de Museus de Pelotas, e foi presidente do Conselho Municipal de Cultura de Pelotas de 2014 a 2016. Contato: norismara@gmail.com
Zita Rosane Possamai, Doutora em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com Pós-Doutorado na Universidade Paris 3, Sorbonne Nouvelle, sob supervisão de François Mairesse. Docente titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atuando como professora, pesquisadora e extensionista no Curso de Museologia, no Programa de Pós-Graduação em Educação e no Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio. Bolsista Produtividade do CNPq (2016-2022) e líder do Grupo de Estudos em Memória, Patrimônio e Museus – GEMMUS. Membro do Conselho Internacional de Museus, onde esteve à frente da Diretoria (2001-2002) e dos Conselho Fiscal e Consultivo de várias gestões. Membro da Associação Nacional de História, onde foi Presidente da Seção RS (2012-2014) e Coordenadora do GT Nacional História e Patrimônio Cultural (2015-2017). Diretora do Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo (1993-1999); coordenadora da Memória Cultural de Porto Alegre (1999-2001); Membro da Unidade Executora do Projeto Monumenta Porto Alegre (2001-2005). Autora e organizadora de diversos livros, artigos e capítulos de livros sobre memória, museus e patrimônio. Membro do Conselho Editorial de diversas revistas do campo. Contato: zitapossamai@gmail.com
Assinam:
Coletivo MUQUIFU (Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos)
Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus – ICOM Brasil
Fórum de Museus de Base Comunitária e Práticas Socioculturais da Amazônia
Grupo por uma museologia diversa, plural e democrática
Rede de Educadores de Museus do Brasil – REM Brasil
Servidores do Ibram
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