Caríssimo Presidente do IBRAM Marcelo Araújo, a quem agradeço a honrosa presença
Caríssimo Diretor do MAC USP, Carlos Roberto Brandão, a quem agradeço a acolhida generosa nesta tarde, e que é também Membro do Conselho Executivo do ICOM
Caríssimos membros da Diretoria e dos distintos colegiados que compuseram o ICOM Brasil nesta nossa longa jornada que aqui se encerra
Caríssimos membros do ICOM Brasil que se dedicam as atividades internacionais do ICOM, engrandecendo a imagem de nosso país na organização
Caríssimos membros do ICOM Brasil, aqui presentes, e minhas saudações aos ausentes que se fazem também presentes no dia a dia de nossa instituição.
A todos os colegas as nossas muito boas vindas neste momento em que estamos prestes a realizar a Assembleia Anual do Comitê Brasileiro do ICOM.
Este é um momento de novos rumos, de novas energias, de novas conquistas para o ICOM Brasil.
Ao encerrar a nossa gestão, em nome de Adriana, de nossa Diretoria e de nossos Colegiados, gostaria de agradecer a confiança que nos foi depositada e as colaborações generosas que tivemos durante nossos dois períodos à frente do ICOM Brasil.
Eu agradeço pessoalmente, de forma muito intensa, em primeiro lugar, à nossa Vice-Presidente, Adriana Mortara Almeida, companheira incansável, responsável e competente, que caminhou ao meu lado durante toda esta trajetória.
Reconheço e agradeço o trabalho atento e silencioso de nossa Secretária Executiva, Lucimara Varejano, aqui presente, que atende de forma generosa e responsável a todos os nossos membros, indistintamente, já por tantos e incansáveis anos.
Agradeço a todos os membros dos nossos colegiados, que não hesitaram em analisar, se pronunciar sobre temas complexos, ou a nos representar em diferentes ocasiões em suas regiões de origem;
Agradeço ainda aos colegas que representaram bravamente o ICOM Brasil em conselhos, comitês e em eventos da área, no Brasil e no exterior. Muito obrigada!
A Marcelo Araújo e Carlos Roberto Brandão, agradeço a constante troca de ideias e de estratégias sobre como elevar o nosso posicionamento institucional nacionalmente e no interior da nossa própria organização internacional.
Pretendo ser bastante breve, pois o que foi possível realizar nestes anos está consignado como um legado de nossa gestão à frente do ICOM Brasil, que aqui destaco:
- Em primeiro lugar a realização da 23ª Conferencia Geral do ICOM, no Rio de Janeiro, em 2013, talvez o desafio mais forte e intenso enfrentado pelo ICOM Brasil. Agradeço reiteradamente a Carlos Roberto Brandão, que presidiu a Conferencia, e ao Comitê Organizador, pois foram todos impecáveis em todo o nosso percurso. Não desejo aqui retomar este tema porque já foi devidamente analisado em nossas Assembleias anteriores, mas não posso deixar de consignar ter sido esta Conferencia o legado mais importante de nossa gestão, que recolocou o Brasil no cenário internacional do ICOM.
- Contando com o apoio irrestrito do Ministério da Cultura – por meio do IBRAM e do IPHAN – da UNESCO, do Ministério das Relações Exteriores/Itamaraty e de outras organizações patrimoniais, hoje encerramos nosso mandato à frente do ICOM Brasil, deixando a proposição da RED LIST elaborada, aprovada nesta data por nossa Assembleia. Deveremos encaminhá-la de imediato à Presidência do ICOM, com recomendação de tramitação prioritária. De outra parte, os recursos que o Brasil deverá dispender para viabilizar a metodologia internacional aplicável ao desenvolvimento da RED LIST estão finalmente garantidos, graças ao aporte já assegurado por nosso membro institucional, Itaú Cultural, a quem agradeço muito pela percepção do quanto ainda temos a fazer neste país para alcançar altos níveis de segurança patrimonial. Haverá muito a fazer para consolidar a RED LIST brasileira, mas a primeira etapa relativa à proposição estará assegurada e os recursos necessários à sua implementação estão agora garantidos. Os próximos passos virão e certamente a nova gestão dará prosseguimento às tratativas institucionais, no plano nacional e internacional.
Por outro lado, entregamos hoje o ICOM Brasil ao novo grupo recém-eleito, mais fortalecido institucionalmente, tanto no exterior, como em nosso país.
No âmbito internacional, ouvi recentemente de nossa Presidente, Suay Aksoy, que nós brasileiros apresentamos o maior índice de inovação no âmbito do ICOM. Ou seja, não só a última Recomendação da UNESCO em relação a Museus e Coleções, aprovada em 2015, foi uma proposição fundamental do Brasil, pelo IBRAM, como também em nossas atuações em diferentes colegiados internacionais, o Brasil questiona e inova constantemente.
Por outro lado, a partir da Conferencia Geral do ICOM realizada no Brasil, em 2013, muitos colegas brasileiros passaram a integrar os boards de vários comitês internacionais, e também participam de comitês estratégicos internacionais do ICOM, o que mudou a plataforma da presença brasileira no seio da organização internacional. Esta é uma posição importante a ser mantida nos anos vindouros.
É importante assinalar que o ICOM internacional é hoje uma instituição inovadora, tendo à frente SUAY AKSOY, Presidente eleita na última Conferencia em Milão, e que esperamos possa ser reeleita em Kyoto, em 2019. A densidade ética e a articulação política e conceitual que ela impõe à sua gestão são exemplares, e isto ilumina a atuação de distintos comitês, com vários brasileiros neles atuantes. Para dar exemplos, temos Carlos Brandão no Comitê de Ética, Adriana Mortara no Comitê Editorial e no da Definição de Museu, Claudia Porto no de Planejamento Estratégico, e eu no SAREC, que é o Comitê que se dedica à análise de performances e à distribuição de recursos, todos com atuações globais.
Há ainda um desafio considerável a ser enfrentado no plano latino americano e o ICOM Brasil tem hoje consciência de seu papel no diálogo sul-sul, ou seja, no estreitamento das relações entre América do Sul e África. O ICOM Internacional nos estimula a realizar esta articulação, pois nossa representatividade no continente americano e no contexto lusófono, nos impõe tal vocação e responsabilidade.
Já no cenário nacional, o incremento de nossos membros institucionais e individuais nos últimos anos acenam para um crescimento ascendente de nossa representação não apenas numérica, mas também de expressão nas diferentes regiões do país.
Por outro lado, como vimos, o ICOM Brasil ganhou força e representação nacional em todos os colegiados do MINC, além de representações estaduais e municipais; é hoje instituição a ser ouvida quando a pauta é patrimônio e museus, nas mais diferentes esferas públicas e institucionais.
As recentes polemicas relativas ao cerceamento da liberdade de expressão – caso Santander, MAM SP, MAR RIO – entre outros, reposicionou o ICOM Brasil no cenário de instituições formadoras de opinião na área da cultura, a ser ouvida em momentos críticos e também na definição de novos rumos.
Mais recentemente a polêmica relativa à possível venda da obra de Pollock, pelo MAM do Rio, em que o ICOM Brasil se manifestou claramente contra, desde a primeira hora, nos mostrou que hoje nossa instituição tem não apenas princípios democráticos e patrimoniais a indicar, mas também princípios éticos a defender, seguindo o que determinam os Códigos de Ética emanados pelo ICOM Internacional.
Ou seja, cabe ao ICOM Brasil dar balizamento democrático, patrimonial e ético em momentos de crise, de polêmica e de defesa de direitos já conquistados pela área cultural e museológica, em nosso país.
Talvez seja este o desafio mais forte a ser enfrentado pela nova gestão, ou seja, estar atento e reagir de forma clara, e em tempo real, como os novos tempos exigem, marcando posição na defesa de nossos direitos essenciais.
Gostaria de assinalar que o ICOM Brasil é uma instituição robusta, flexível e dinâmica, graças ao empenho e ao trabalho voluntário de muitos de nossos membros. A todos, agradeço fortemente por sua dedicação e por terem colaborado para que pudéssemos manter patamares seguros de transparência em nossa gestão.
Para finalizar desejo que a nova gestão hoje eleita consiga ampliar os campos de mútua colaboração, de inovação compartilhada, de posicionamento político e de conquistas para a área museológica, no Brasil e no exterior. O novo Plano de Gestão apresentado e que balizou esta eleição que hoje se consolida, já traz indicadores sensíveis de novos tempos para o ICOM Brasil. Tenho certeza absoluta que os novos gestores, eleitos por esta Assembleia, têm talento, vontade institucional e todas as condições de se responsabilizarem por novos rumos e novas conquistas para o ICOM Brasil.
Muitas luzes para Renata Motta e sua equipe vigorosa!
Longa vida ao ICOM Brasil!
Muito Obrigada!
Maria Ignez Mantovani Franco